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Atuo no ensino básico, como professora de História, especificamente com o ensino médio, desde 2015. Ensinar é um desafio diário e na busca de possibilitar um ensino dinâmico, sempre foi mencionado a necessidade da utilização dos recursos tecnológicos, mas nunca imaginei que chegaríamos a um tempo em que nos tornaríamos dependentes desses recursos para ministrar nossas aulas (acredito que ninguém também tenha imaginado tal coisa...).
E que tempos são esses? Nós,
historiadoras (e historiadores), temos dificuldades em analisar contextos
históricos nos quais estamos inseridos, pois não sabemos qual será o “desfecho”
dessa pandemia que tem assolado o Brasil (nem sei se verei esse desfecho...). É
mais fácil descrever nossa experiência diária a que fomos impostos em
consequência da propagação desse vírus que pode ser letal e que já transformou
nosso país o epicentro do covid-19 na América do Sul.
Sou professora da rede pública
Estadual da Paraíba, em uma das Escolas Cidadãs Integrais da cidade que resido
– Bayeux/PB. Faz um mês que iniciamos as aulas na modalidade remota – à
distância. Nós, professoras e professores, tivemos apenas uma semana de um
curso virtual para aprender a utilizar a plataforma onde ocorrem as aulas. Uma
maratona de vídeo aulas para assistir, aprender e responder as atividades
propostas pelo professor virtual. Além disso, tivemos que elaborar os planos
estratégicos (planejamento das aulas com eixos temáticos, solicitados pela
secretaria, que deveriam ser abordados) – e assim surgiu o “Home office”, termo
estrangeiro para denominar o trabalho em casa (não sei para que isso, deve ser
para parecer chic...mas acho que é baixa autoestima mesmo...essa mania que
brasileiro tem de valorizar o que é de fora!).
Desde então, em consequência da
necessidade do confinamento, a estratégia utilizada para dar continuidade a
rotina escolar foi o ensino remoto. Mas, uma semana para preparação das
professoras e professores para essa modalidade não foi suficiente e na,
realidade, estamos aprendendo a se adaptar a partir da prática. Isso não tem
sido fácil para professoras/es e para os alunos/as que também tem dificuldades
em manusear a plataforma, sem contar com os alunos/as que não tem acesso à
internet.
Outro agravante inserido nesse
processo é o tal do “home office”. Ambiente doméstico não é adequado para se trabalhar,
sobretudo para as mulheres, que são responsabilizadas pela manutenção da
limpeza da casa, de preparar as refeições, do cuidado com os filhos e filhas (e
do companheiro, muitas vezes, inclusive!). Nós ouvimos muitos homens reclamarem
de estarem entediados em casa ou que estão de “bobeira”, mas das mulheres
escutamos seu desabafo de estarem sobrecarregadas e, em consequência disso,
muitas destinam o horário da noite, quando estão exaustas, para o “home
office”.
Dessa forma, estamos vivenciando um
novo tempo em que somos obrigadas/os a aprender a manusear os recursos
tecnológicos, planejar aulas adequadas e interessantes para essa modalidade de
ensino e fazer da nossa residência o local de trabalho. Tudo isso é muito
desafiador e requer um tempo para adaptação. A pandemia do covid-19 nos impôs
isso. Mas, estamos seguindo, e enquanto isso não passa, colocamos um sorriso no
rosto, fazemos uma selfie e postamos nas redes sociais #homeoffice...e a vida
continua...
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